Professores perdem 20% do tempo de
aula tentando chamar atenção dos alunos
Especialista
fala sobre indisciplina e como o professor deve agir em sala
A
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou no ano
passado que no Brasil o professor chega a perder 20% do seu tempo de aula
acalmando os alunos e colocando a turma em ordem para poder lecionar. Segundo a
pesquisa, o Brasil é o país que mais perde tempo de aula, já que a média
apontada pela OCDE é de 13%. Tais dados foram levantados em 2013, entre alunos
de 11 a 16 anos, do ensino fundamental e médio, porém o relatório
comportamental desses alunos só foi divulgado em 2015. No país, 14.291
professores e 1.057 diretores de 1.070 escolas completaram a pesquisa.
Para Ana
Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em
gestão escolar, a informação é preocupante e medidas precisam ser tomadas para
melhorar esse quadro. O primeiro passo para que isso aconteça está no
planejamento, o professor deve prever certas situações. “Desde as séries
iniciais, o professor deve ter em seu planejamento, por exemplo, um espaço com
outras atividades caso algum aluno termine antes o que for solicitado para a
turma. Isso vai evitar que o aluno fique muito tempo desocupado e acabe tirando
o foco dos demais”, comenta.
Outras
estratégias também podem ser pensadas para que o docente tenha menos problemas
em sala. Quando o professor perceber que tem um aluno mais ativo, pode
convidá-lo para ser seu assistente em sala, o qual vai auxiliá-lo em alguns
momentos. Segundo a especialista, o professor deve ter claro e despertar o
sentimento de autoridade em sala de aula, não autoritarismo, mas respeito. Para
Ana Regina, esse tipo de pesquisa é relevante, já que ajuda a mapear não só o
ambiente de aprendizagem, como as condições de trabalhos dos docentes, para que
assim possamos redefinir políticas e adequá-las para o desenvolvimento da
educação brasileira.
Outro dado
preocupante é a violência. Segundo a pesquisa realizada, o Brasil lidera o
ranking em casos de intimidação verbal entre alunos, e intimidação verbal de
professores, com 34,4% e 12,5% respectivamente. “Não podemos negar estes
problemas e as escolas têm trabalhado e idealizado alguns projetos para adequar
e tentar melhorar a realidade, contudo, a agressão física aos docentes tem
crescido a cada dia, e uma das únicas possibilidades de cessarmos este problema
é a prática de punição, policiamento e leis que possam amparar também as
instituições”, completa a especialista.
*P+G Comunicação Integrada
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