sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Mensagem à Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, da ONU
Nova York, 25 de setembro de 2015

Aos ilustres participantes da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, da ONU.

Tenho a satisfação de saudar os signatários da desafiadora proposta intitulada “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, reunidos na sede das Nações Unidas, em Nova York, dos dias 25 a 27 de setembro. Trata-se de um momento marcante para a História, quando líderes mundiais oficialmente adotarão os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as 169 metas correspondentes, resultado de um amadurecimento da cooperação internacional em torno de medidas que possam garantir nosso porvir como planeta e Humanidade.
A LBV, que se associou às Nações Unidas em 1994, integrando o Departamento de Informação Pública (DPI), e possui status consultivo geral no Conselho Econômico e Social (Ecosoc), desde 1999, tem a honra de contribuir para mais essa etapa memorável de renovada parceria entre as nações, bem como se orgulha dos bons frutos oriundos do trabalho em conjunto com a ONU, durante essas décadas. Assim como estivemos juntos na promoção dos oito Objetivos do Milênio, reafirmamos nosso engajamento em mais esse esforço — trazendo nosso humilde apoio — em favor de um futuro melhor para os povos. Desejamos ver o progresso partilhado com todos, pois, aliado ao desenvolvimento sustentável, acreditamos que o desenvolvimento solidário deva, antes de tudo, iluminar as ações dos habitantes — do maior ao menor — de nossa morada coletiva.
Conforme respondi ao jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Parisi Rappoccio, em entrevista que lhe concedi, a 18 de outubro de 1981, a Solidariedade se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar e garantir a sua própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade, que espiritualiza e enobrece a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza.
Por isso, é fundamental convergir todas as ferramentas disponíveis para a Solidariedade Ecumênica e compartilhá-las, para que se promova, com maior rapidez, a transição para o pleno desenvolvimento sustentável. Integrados esses instrumentos que visam ao bem comum, pelo autêntico sentido de Amor Fraterno e de Justiça, que nos distinguem dos animais ferozes, poderemos fazer cessar os horrores que ainda persistem no mundo. Além de superar todas as mazelas sociais — dure o tempo que durar a luta —, é nosso dever construir, unidos, um modelo novo de desenvolvimento que efetivamente preserve a vida neste orbe.
A Legião da Boa Vontade, fundada há quase 66 anos, por Alziro Zarur (1914-1979), batalha diuturnamente contra a fome e as desigualdades sociais e em prol da sustentabilidade e da educação com Espiritualidade Ecumênica, jamais se esquecendo de empreender hercúleo combate à pior das carências, que atravanca, de maneira direta, o êxito de qualquer tentativa de transformação benéfica na Terra: a falta de Solidariedade, de Fraternidade, de Misericórdia, de Generosidade, de Altruísmo, de Justiça; por conseguinte, a aridez do Espírito, do coração. Por essa razão, é mais que atual relembrar a milenar regra ensinada pelo filósofo, ativista religioso e social Jesus, quando proferiu esta Palavra de Paz: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. (...) Não há maior Amor do que doar a sua própria Vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 15:13).
Quando a ONU completa 70 anos de existência, nossos votos são de pleno sucesso a esta notável Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável. Nosso recado final é o de que o sentimento de Boa Vontade possa inspirar coragem, perseverança, otimismo e criatividade para o cumprimento desta auspiciosa agenda global sem precedentes.
*José de Paiva Netto é diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV)

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